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EURES (EURopean Employment Services)
  • Notícia
  • 11 de outubro de 2019
  • Autoridade Europeia do Trabalho, Direção-Geral do Emprego, dos Assuntos Sociais e da Inclusão
  • 5 min de leitura

Mentoria de carreia: apoiar a futura mão-de-obra

Passar de estudante a tempo inteiro a trabalhador a tempo inteiro é sempre um processo complicado. Quer se venha do secundário, da universidade ou de uma via profissional, a entrada no mundo do trabalho pode ser uma transição difícil -  mas um grande apoio pode ajudar na sua superação. Falámos com Paul Kitchen, mentor de carreira na Universidade de Nottingham, para conhecer o aconselhamento que oferece à futura mão-de-obra.

Career mentoring: Supporting the workforce of tomorrow
EURES

Pode falar-nos um pouco sobre si e sobre o seu papel como mentor?

Formei-me na Universidade de Nottingham em 1983. Apesar de estar interessado em tornar-me psicopedagogo, entrei no mundo do trabalho sem fazer grande ideia de como podia efetivamente singrar nessa via. Uma sucessão de funções levou-me a especializar-me em desenvolvimento empresarial, em especial no âmbito do desenvolvimento de estratégias de parceria. Agora trabalho por conta própria ajudando pequenas empresas a crescer.

Há pouco mais de três anos, a universidade pediu a colaboração de antigos alunos com o objetivo de modernizar a sua estrutura de apoio a estudantes universitários e alunos formados recentemente. No meu papel de mentor de carreira, comprometo-me a ajudar mentes jovens no início das suas carreiras, bem como em investir na aprendizagem ao longo da vida para mim próprio.

Em geral, que tipo de apoio oferece aos estudantes?

Ajudo os meus mentorandos na abordagem e preparação para o mundo comercial, seja para estágios, colocações ou emprego. Os estudantes escolhem o mentor com base na formação, na experiência e no conjunto de competências; por isso, em princípio, há um perfeito ajustamento do ponto de vista do mentorando.

O apoio abrange a estrutura das entrevistas, as técnicas de fazer perguntas, aquilo que os empregadores procuram, a maneira de redigir um CV e uma carta de apresentação, a linguagem utilizada pelas empresas e o ritmo das reuniões. Por vezes, à medida que as conversas evoluem, os alunos apercebem-se de alguns dos seus pontos fortes e fracos, e isso ajuda-os a compreender as funções que podem ser mais adequadas para eles.

Para além da ajuda em aspetos mais práticos, como os CV e a preparação para a entrevista, também presta apoio emocional aos seus alunos. Pode falar-nos sobre isso?

É aqui que a relação resulta ou falha. Não se trata de uma relação ocasional, mas sim de uma colaboração com um objetivo: preparar o estudante para o mundo do trabalho. Exige um compromisso de ambas as partes. Como em qualquer relação, é importante compreender os seus termos e estabelecer certas regras e limites.

Os estudantes têm grandes dúvidas, mas apesar disso assumem riscos não calculados e são arrojados. A maior parte deles aprendeu a comparar o seu desempenho em relação com o dos pares, em lugar de basear-se nas suas próprias referências. Ajudá-los a libertarem-se das expetativas dos outros e a criarem expetativas realistas para si mesmos é fundamental.

Cheguei à conclusão de que esta é a pedra angular da aquisição de confiança. Quando o estudante toma as suas próprias decisões sobre o seu futuro em vez de tentar corresponder às expetativas dos outros, está a afirmar que aquilo que ele quer é importante. Quem importa é ele. E também quando procura as respostas por si mesmo e as encontra, que acredita na sua capacidade para construir o seu futuro.

Os estudantes podem fazer este percurso para si próprios e conseguem fazê-lo; o papel do mentor é, em grande medida, o de um guia que ilumina o caminho. Penso que o facto de entenderem isso é o que torna esse percurso uma experiência de crescimento.

O outro lado do mundo comercial é, obviamente, o empregador. Como acha que as empresas se podem tornar mais atrativas para os jovens?

Podem demonstrar um empenho na diversidade e na inclusão, na responsabilidade corporativa, no ambiente e na saúde mental dos seus trabalhadores. Recomendo a criação de vídeos de entrevistas com casos concretos de licenciados prezados pelos empregadores, para de mostrar a forma como superaram os desafios e progrediram na empresa.

O mundo do trabalho está a mudar rapidamente. De que forma pensa que isso está a afetar os estudantes, a sua capacidade de encontrar emprego e de adaptação a novos ambientes de trabalho?

É difícil quando não têm qualquer experiência em ambientes de trabalho. No entanto, a boa notícia é que os empregadores começam a reconhecer que a contratação com base apenas na experiência não vai funcionar para eles, ao entrarmos na quarta era industrial.

A aprendizagem automática, a inteligência artificial e a automatização estão a alterar rapidamente os critérios utilizados pelos empregadores para caçar talentos. As competências de resolução de problemas, a resiliência e a criatividade estão a tornar-se mais valiosas no local de trabalho e as nossas competências sociais estão também a tornar-se mais determinantes. A maior parte do nosso tempo será utilizada a trabalhar em pequenas equipas que procuram interagir com a tecnologia, a fim de alcançar os melhores resultados. A qualidade de ser humano passará a ser um parâmetro que os empregadores encontrarão forma de medir.

Temos de garantir que temos capacidade de adaptação e estamos abertos à aprendizagem. Isto deixa os estudantes numa boa posição, uma vez que possuem as competências necessárias para aprender e a aptidão para crescer. Terão de desenvolver a paixão e o empenho na aprendizagem ao longo da vida, bem como aplicar os novos conhecimentos nas funções que desempenham para ajudar as empresas para as quais trabalham a serem o mais flexíveis possível.

E, por último, o que é o melhor de ser mentor de carreira?

Ver as pessoas ganhar asas. Ver as pessoas crescer é uma das melhores coisas que a vida nos pode oferecer. O impacto que se pode ter na confiança, no modo de pensar, nos limites, na independência de pensamento e na criatividade é imenso. Pode fazer uma verdadeira diferença, além de funcionar nos dois sentidos. Fiquei a conhecer diferentes estilos de trabalho e adquiri uma compreensão mais profunda dos desafios que os nossos jovens talentos enfrentam.

 

Ligações úteis

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Universidade de Nottingham – Mentoria de carreira

 

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